De certa forma já tinhamos alguma compreensão de como são realizadas as atividades de policia comunitária no Japão. Contudo este curso nos possibilitou aprofundar mais esse conhecimento, desde quando constata-se na prática aquilo que é disseminado no SISTEMA KOBAN, modelo já adotado pela Policia Militar da Bahia.
É a primeira vez que visito aquela nação e retorno à minha terra natal com as melhores impressões possíveis. Tanto do lado humano quanto da organização de uma nação que respeita e se procupa com os seus cidadãos, além de ser um belíssimo país.
O seu povo, a sua cultura, sua educação, o cuidado com o meio ambiente são exemplos para o mundo inteiro. No meu entendimento, os japoneses não são rigorosos, são apenas corretos na maneira de pensar e agir, com propósito e responsabilidade em tudo que faz.
A própria JICA, responsável pelo nosso intercâmbio, é um grande exemplo, digamos assim, de preocupação com o "próximo", através dos seus programas de cooperação, que, disponibiliza seus conhecimentos e tecnologia auxiliando outras nações na busca de soluções para o enfrentamento dos seus mais variados problemas, que vão desde a segurança pública até a produção de alimentos.
Na área da segurança pública, especialmente à policia comunitária, onde atuamos em nosso estado, nos ensina e demosntra como é importante a valorização e o cuidado com as pessoas. Aqui não se faz necessário afirmar que se pratica policiamento comunitário, porque na sua essência já o é como se fosse da própria natureza nipônica. Primeiro o cidadão, o respeito às leis e às normas. Buscamos entender melhor, vinhemos com a intensão de descobrir se haveria algum "segredo" neste policiamento japonês, mas ao que parece, a sua essência é simples e óbvia como deve ser o valor à vida humana e por conseguinte o respeito às pessoas.
A polícia foi criada em função da necessidade do homem em viver em comunidade razão pela qual, entendemos, que os trabalhos de segurança pública devem ser pautados nesse sentido, o que nos conduz a pensar ser o policiamento comunitário como o mais apropriado para atuar junto ao cidadão.
Esses conhecimentos só serão importantes se o propósito for o alcance de um dado objetivo. Pelo que vejo as atividades são realizadas com muita seriedade e determinação, e parece-me que a grande motivação disso tudo é a satisfação pura e simples do dever cumprido e ver o resultado esperado ao alcance de todos. Tecnologia pode até se comprar, mas antes disso o que importa é a intensão de querer resolver os problemas de segurança pública com soluções eficazes.
Em termos práticos ao policiamento comunitário reforçamos o entendimento da necessidade de se organizar, criar rotinas e procedimentos voltados ao policiamento comunitário. É imperativo que os métodos utilizadas para este tipo de policiamento sejam aqueles que levem em consideração as características próprias da filosofia de policiamento comunitário e primordialmente seja voltado às necessidades da comunidade.
Por essa razão pontuamos que se a proposta é realizar policiamento comunitário, sómente saberemos se ele possui eficácia, se, ao menos, cumprirmos um minimo ritual de planejamento, metodo de trabalho, organização e de forma acessória com mais tecnologia. Fora desses parâmetros incorreremos no empirísmo ou amadorismo e o resultado certamente não corresponderá às expectativas que se deseja. Este é o ensinamento que trazemos do Japão para o policiamento comunitário. Aqui, o que o torna mais dificultoso, é a ilusão do emprego do mesmo modus operandi do serviço baseado nas chamadas emergenciais, pois, o policiamento comunitário possui personalidade e características próprias.
Reconhecemos o enorme papel da SENASP nesse processo de disseminação da filosofia de policia comunitária no país e específicamente em meu estado, a Bahia, onde somos testemunha da sua importância e o que representa esse trabalho que, na medida do possível, vem cumprindo suas diretrizes e participando da construção de uma "nova" doutrina para uma segurança pública nacional, pautada no respeito aos direitos humanos e à luz do que prescreve a Constituição da Republica Federativa Brasileira, codenominada de Constituição Cidadã.
Agradecemos ao Japão e ao seu povo, por esta oportunidade que tivemos em conhecer um belo país, e aprender ensinamentos de vida, trabalho, dedicação, respeito ao próximo, humildade, cultura e paz.
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