Agência de Cooperação Internacional do Japão
Obtive minha bolsa de estudos por meio do Programa de Treinamento no Japão, organizada pela Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA, de 2 a 13 de julho de 2007, na cidade de Osaka.
O curso denominava-se “Solid Waste Management – Gestão de resíduos sólidos”. No treinamento, fiz parte de um grupo de servidores públicos da Secretaria de Serviços da Cidade de São Paulo – Departamento de Limpeza Pública, cujo projeto de destaque na época era o “Menos Lixo, mais Vida”, implementado entre as cidades irmãs – São Paulo e Osaka.
Eu vinha desenvolvendo há muito tempo um Projeto de Educação Ambiental na escola municipal de ensino infantil Clara Nunes, onde trabalhava como diretora. O curso da JICA tinha como objetivo expandir esse projeto pela Rede Municipal de Ensino, levando a Educação Ambiental para todo o Munícipio de São Paulo, e em especial às áreas de mananciais. Após a bolsa e um convite para realizar uma atividade de Follow-up sobre Educação Ambiental, conheci a ABJICA (Associação dos Bolsistas JICA - São Paulo) em 2010.
Estar hoje presidindo uma associação de ex-bolsistas da JICA aqui no Brasil é uma honra e um privilégio enorme. Não sendo descendente de japoneses, minha responsabilidade em entender, respeitar e honrar os valores da comunidade nikkei é um aprendizado constante. Tenho plena convicção de que como segunda mulher e primeira não descendente na história da nossa Associação, estou representando muitas mulheres no protagonismo do empoderamento do nosso papel social e na solução de grandes desafios globais.
Ao longo da minha trajetória profissional de 25 anos de trabalho de gestão de uma escola municipal onde atendia mais de 500 crianças na faixa de 04 a 06 anos diariamente, aprendi que é preciso estar atenta a todas as demandas, ouvir as pessoas, entender as múltiplas facetas do processo de ensino-aprendizagem e orientar a equipe para que as ações sejam realizadas de maneira exitosa.
Foi nessa vasta experiência de mais de duas décadas na área educacional que aprendi a lidar com pessoas, valorizando o trabalho de todos os envolvidos. E nisso consiste o meu trabalho voluntário que desenvolvo à frente da Presidência da ABJICA: valorizar as pessoas e cada um dos membros associados, seus desempenhos e a nossa busca constante em contribuir para o desenvolvimento da Associação, visando poder colaborar cada vez mais na sociedade brasileira, por meio da aplicação dos nossos conhecimentos adquiridos através das bolsas de estudo da JICA.
Nesse papel de presidente da ABJICA, me identifico com todas as mulheres que nos cargos de comando, se instrumentalizam desse lado mais feminino que temos, no acolhimento, na simpatia, e na empatia, procurando sempre estar disponível na escuta.
Na busca do meu propósito, estar na presidência de uma associação me faz refletir e repensar nas minhas ações cotidianamente; pois quando se faz um trabalho voluntário, sua realização pessoal, se intensifica e se sobrepõe, os objetivos ficam claros e levam as pessoas a atuarem coletivamente numa grande sintonia, uma vez que passam a ter a percepção do quão valioso é esse fazer. O trabalho voluntário edifica, transcende, amplia nossa visão de mundo, nos dá alegria e bem-estar, e nos torna pessoas melhores!
Fotos:
Bolsista Nanci Venancio durante treinamento em Osaka (2007)
Visita a uma estação ecológica japonesa.
Foto dos bolsistas JICA com a coordenação japonesa do treinamento.
Recepção de peritos japoneses na escola municipal onde a bolsista atuava como diretora.
Foto com a comitiva japonesa no Brasil.
Atividade de educação ambiental (horta), coordenada pela bolsista.
