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04/02/22

Em 4 de fevereiro de 2022, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) assinou um contrato de empréstimo sob o programa Financiamento para Investimento do Setor Privado (PSIF) junto ao Banco BTG Pactual, uma instituição financeira brasileira privada, para o financiamento de US$ 200 milhões.

O empréstimo será utilizado para melhorar o acesso financeiro de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) brasileiras, reduzindo as disparidades regionais e promovendo o empoderamento econômico das mulheres.

No Brasil, as MPMEs respondem por cerca de 30% do PIB do país e sustentam 62% dos empregos. Por outro lado, essas MPMEs foram impedidas de se desenvolver devido a tendências econômicas instáveis e inflação no passado, e mesmo atualmente, a proporção de crédito direcionada às MPMEs em relação ao saldo de crédito no país continua sendo baixa em comparação com as grandes empresas. Diante da dificuldade de obter os recursos financeiros, as MPMEs são forçosamente administradas em situações angustiantes.

A desigualdade de renda no Brasil é alta, com uma taxa de pobreza de 43,6% da população (cerca de 25 milhões de pessoas) na região nordeste, a região mais pobre no Brasil, índice bem superior ao da região sul (12,1%), considerada relativamente desenvolvida. Particularmente nos estados do Norte e Nordeste, onde a pobreza ainda é abundante, a quantidade de instituições financeiras acessíveis às MPMEs é baixa.

Muitas MPMEs são avaliadas como empresas de alto risco financeiro, e há também desigualdade no acesso financeiro corporativo. Além disso, o mercado de trabalho em 2020 e 2021 se deteriorou mais do que nunca, devido à pandemia de COVID-19. A taxa de desemprego no Brasil atingiu níveis recordes no início de 2021, e à medida que as oportunidades de acesso financeiro corporativo diminuíram, as MPMEs responderam por aproximadamente 75% dos pedidos de falência de empresas em agosto do mesmo ano, como resultado.

Em resposta à crescente disparidade no acesso financeiro das MPMEs, que tem sido um grande golpe para a economia brasileira, esse projeto apoiará a expansão dos empréstimos para MPMEs através do Banco BTG Pactual. Dos empréstimos concedidos pela JICA, 35% serão destinados aos estados do Norte e Nordeste.

Ao mesmo tempo, dentre das MPMEs brasileiras, as empresas que mais enfrentam o maior déficit financeiro são administradas pelas mulheres. O número de empresas fundadas por mulheres no Brasil é superior ao dos homens, e espera-se que o sucesso das MPMEs gerenciadas pelas mulheres seja a força motriz para o maior desenvolvimento da economia brasileira.

Por outro lado, o Brasil é considerado o país com a maior lacuna de financiamento voltado às MPMEs gerenciadas pelas mulheres da América Latina, e a dificuldade de captação de recursos é um grande obstáculo para a expansão dos negócios para as mulheres empreendedoras. Dos empréstimos concedidos pela JICA, 30% serão destinados para MPMEs gerenciadas pelas mulheres. Além disso, a JICA emitiu títulos de igualdade de gênero em setembro de 2021, e este projeto utilizará os fundos arrecadados através destes títulos.

O Banco BTG Pactual S.A. é um dos bancos pioneiros no Brasil na rápida introdução plena da plataforma digital, oferecendo seus serviços financeiros em todo o território brasileiro. A JICA acredita que o banco é um importante parceiro no desenvolvimento do projeto de melhoria de acesso financeiro das MPMEs no Brasil, um país que possui extensa dimensão territorial.

Espera-se que o financiamento por meio da plataforma digital do Banco BTG Pactual S.A. contribua significativamente em um maior acesso financeiro nos estados do Norte e Nordeste, auxiliando o desenvolvimento econômico da região.

Este projeto de colaboração é realizado em conjunto com a U.S. International Development Finance Corporarion (USDFC), e dará apoio ao desenvolvimento industrial sustentável, melhorando o acesso financeiro às MPMEs no Brasil; contribuindo também ao Objetivo 5 (igualdade de gênero), Objetivo 8 (trabalho digno e crescimento econômico), Objetivo 9 (indústria, inovação e infraestruturas) e Objetivo 17 (parcerias para a implementação dos objetivos) dos ODS.