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Depoimento do Bolsista

Nome: Sergio Hiroaki Ishikawa

Nome do Curso: Técnicas de construção em estabelecimentos de ensino com preocupação voltada para a prevenção de acidentes e preservação do meio ambiente.
Período de treinamento: 10 de julho de 2011 a 8 de outubro de 2011

FotoSala de cursos do JICA Yokohama Kenshu Center

Desde jovem tive minha preocupação voltada para as questões públicas e na universidade não foi diferente. Freqüentei o curso de arquitetura e urbanismo e a minha tese de formatura abordava a questão dos cortiços na Baixada do Glicério.

Logo que me formei fui estudar no Japão, Universidade de Hiroshima, onde pesquisei durante um ano, a recuperação urbana da cidade de Hiroshima no pós-guerra. Em seguida estagiei num escritório de planejamento urbano e planejamento de parques áreas verdes por mais dois anos, participando de projetos de elaboração centros culturais, parques e áreas verdes, vilas de abrigo aos refugiados do Camboja, plano diretor da cidade de Takasaki e tantos outros projetos.

Ao retornar ao Brasil desenvolvi trabalhos na área da arquitetura e do planejamento urbano, por alguns anos, até chegar onde atualmente estou: a FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação. Surgia-me novamente a oportunidade de desenvolver trabalhos com preocupações voltadas para as questões públicas, mais precisamente a educação das crianças. Nesta fundação desenvolvi trabalhos na área da manutenção escolar e de projetos de edificações escolares. Depois de alguns anos, a minha atuação na empresa tomou outro rumo e participei como coordenador do programa da qualidade da construção escolar "TEC ESCOLA" e posteriormente atuei como chefe do Departamento de Monitoração e Gestão e, neste momento, chefe do Departamento da Qualidade. Em todas as áreas por que passei o foco principal era: como agregar valor, com o meu desempenho, na qualidade do ensino às crianças.

FotoJICA Chugoku Kenshu Center em Hiroshima

Nos últimos anos, uma questão maior se evidencia; a preocupação pela preservação do meio ambiente, a sustentabilidade, a sobrevivência do planeta. Não fugi a regra, procurei aumentar o meu conhecimento nestes temas e direcionei todas as minhas ações com mais esta preocupação.

No segundo semestre de 2010 tomei conhecimento através da Associação da Província de Shimane, terra natal de meus ascendentes, que a JICA oferecia uma bolsa estágio com duração de três meses e que para tanto deveria, inicialmente, elaborar um plano de trabalho. Era uma grande chance para aumentar os meus conhecimentos na área da sustentabilidade. Elaborei o plano que seria, posteriormente, apreciado por membros da província de Shimane que analisariam a possibilidade de atendimento a minha solicitação. Algumas semanas depois, recebi informação de Shimane confirmando a possibilidade de realização do estágio e que poderia, então, prestar o exame da JICA de proficiência da língua japonesa e inglesa, e passar pela entrevista que avaliaria a minha capacitação para participar do estágio no Japão.

FotoDepartamento de Obras e Manutenção da Prefeitura de Shimane

Os exames e a entrevista aconteceram em novembro e só fui ter a confirmação da bolsa no final do mês de maio do ano seguinte, uns 40 dias antes do embarque, fato que me causou certa correria, pois tinha que providenciar a dispensa do meu trabalho por três meses. Apesar do apuro, tudo deu certo e embarquei conforme planejado em julho deste ano.

Desde a chegada ao aeroporto de Narita, a JICA mostrou-se extremamente organizada, a começar pela recepção que nos recebeu, eu e mais três brasileiros que também eram bolsistas JICA e que conheci somente no aeroporto. Nos alojamos no Yokohama Kenshu Center onde tivemos três dias de orientações e palestras sobre cultura, economia e história do Japão.

No quarto dia dirigi-me à Hiroshima, onde fica a JICA CHUGOKU e o responsável pelo meu estágio Sr. Ishigami me aguardava.

Na semana seguinte, juntamente com meu responsável fomos para a cidade de Matsue, capital da província de Shimane, onde efetivamente eu estagiaria.

Os responsáveis diretos pelo meu estágio, altos funcionários do Departamento de Obras e Manutenção, do Departamento de Cultura e Assuntos Internacionais e do Centro Internacional de Shimane elaboraram um programa minucioso de visitas técnicas e palestras que tornaram o meu período de estudos bastante proveitoso.

Tive conhecimento de todas as ações de governo que disciplinam leis e normas relativas à construção civil, à segurança a abalos sísmicos, à destinação dos resíduos, à preservação da paisagem urbana e à preservação do meio ambiente.

FotoPainel de monitoração da geração de energia elétrica existente no páteo da escola

As visitas técnicas a escolas públicas, construídas considerando todos os conceitos de sustentabilidade foram fantásticas. Existe uma grande preocupação com a economia de energia elétrica, com a geração de energia limpa, o aproveitamento das águas pluviais, a economia da água, o controle racional da tempera interna da edificação, a disposição do lixo e tantas outras coisas... E, para cada uma das preocupações observei soluções inteligentes de alta tecnologia, tais como: painéis solares para geração de energia elétrica, cisternas subterrâneas para reserva de águas pluviais monitoradas por computador, utilização de vidros duplos com camada de ar para proteção acústica e ambiental, unidades de tratamento de esgotos, etc.

Sem dúvida, o Japão coloca as melhores tecnologias e técnicas a favor da sustentabilidade. Mas, o fator mais importante que observei nestes três meses de estágio não foram as tecnologias e técnicas avançadas que de uma forma ou outra poderia tomar conhecimento através de publicações e sites especializados. Afinal de contas, o dinheiro tudo compra.

Porém, há um fator que dinheiro nenhum compra e é o fator principal do sucesso do Japão, faz parte do âmago da personalidade do povo japonês, é a EDUCAÇÂO.

Educação esta que nos leva à civilidade, cidadania, respeito, disciplina e valores.

Nenhuma tecnologia, por mais eficiente que possa ser não tem a menor eficácia se as pessoas não tiverem conceitos firmes de valores, de obediência às regras e respeito ao próximo.

A JICA me proporcionou, nestes meses de estágio, um novo despertar, um outro olhar, a um fato que já me era claro.

E, vejo com esperança uma possibilidade de vencermos as barreiras resultantes das mazelas da educação que temos no Brasil.

FotoSala de informática

Trocando ideias com o diretor do Centro Internacional de Shimane, concluímos que diante destes fatos temos uma missão e, desta forma, elaboramos um programa de cooperação entre escolas irmãs, ou seja, um tratado entre uma escola primária de Shimane e outra de São Paulo para ações conjuntas tendo como tema principal o meio ambiente e a sustentabilidade.

Num primeiro momento organizaríamos uma exposição de desenhos com as crianças das duas escolas, sendo que os desenhos das crianças japonesas seriam expostos no Brasil e vice e versa. Espera-se despertar nas crianças através destes desenhos o interesse pela natureza e mostrar que para assegurarmos a sobrevivência do planeta são necessários a obediência às regras, cidadania, respeito ao próximo, disciplina e valores.

Já estou comprometido com este programa e estou colocando em ação.

Agradeço à JICA por me proporcionar esta experiência ímpar e por despertar uma nova esperança para o futuro do meu país.

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